O pequeno Ahmad acordou em meio às ruínas de uma antiga escola. Ele e outras crianças gostam dali porque o que restou das paredes ainda têm cores e figuras infantis. Ainda era cedo, não passava das 6h, mas a fome apertava e doía na barriga. O frio da noite havia sido abrandado pelos cobertores e pelo calor dos outros meninos que dormiam próximos a ele. O cenário era de guerra, ou melhor, de massacre. Furos na parede, prédios destruídos. Até mesmo a pavimentação das ruas deixou de existir. Ahmad anda descalço e sente falta da irmã que cuidava dele até o último bombardeio. Ainda lembra de como Islam o apertava enquanto ele fechava os ouvidos com força. Também recorda com tristeza a forma como ela foi ficando cada vez mais fria, até perder as forças. A mãe e o pai deles já haviam morrido havia um ano, na segunda vez que tentavam fugir do norte de Gaza. Desde aquele dia, sempre que vê bilhetes caindo do céu, entra em pânico. No abrigo onde tem passado as noites, Ahmad e outras crianças são...